Capítulo 15 - Hora de Apelar

A Esfinge majestosa me fascinara desde o primeiro dia. Mas não imaginava que teria que entrar nela nessas condições. Que seria uma maldição que me traria à suas entranhas em busca da cura.

Mas lá estava eu, meio tonto caminhando por dentro da Esfinge. E Francis olhando pra todo lado, fuçando embaixo de qualquer coisa. Ô homem fominha por tesouros!
Mas como ele dizia, vamos juntar o útil ao agradável.


Aqui também havia armadilhas. E precisávamos passar por elas para chegar até a estátua da qual Francis falara.
Ele me incentivou a correr para passar por algumas delas. Eu não tinha muito a perder e juntei coragem, que aliás não me faltava e corri e pulei por umas tantas. Uma delas eu ainda não conhecia. Soltava raios que saiam de buracos no chão.



Consegui atravessar e isso me encheu de orgulho e confiança. Apesar de enfraquecido eu conseguira passar por aquilo sem me ferrar.

Havia uma porta secreta que precisava empurrar para abrir e eu fiz questão empurrar sozinho. Não pensei que era tão pesada. Quase sujei as calças de tanto esforço. Por que que eu faço essas coisas?




Seguimos adiante e mais algumas armadilhas apareciam no caminho. Eu estava confiante e não havia tempo a perder.
Todo cheio de mim me meti a frente na certeza de que passaria por mais essa.

As armadilhas de fogo não eram muito minhas amigas.


Senti os pelos dos meus braços chamuscarem. E fiquei com cheirinho de queimado me acompanhando pelos corredores.

- Estamos bem perto, Romualdo. Só subir a escadaria mais adiante. Mas temos que passar por mais essas armadilhas.

Aff, mais armadilhas de raios. Tudo bem, eu já estava fera. Pelo menos era o que eu achava.

Ao tentar passar por mais uma armadilha de raios não fui muito rápido. Um choque percorreu meu corpo e senti todos pelos do meu corpo eriçarem. Meus olhos se esbugalharam, parecia que todo meu corpo estava ligado em 220V.


Eu nem via mais nada além dos raios, parecia que tudo o mais a minha volta havia sumido.




Quando me recuperei um pouco vi Francis se escangalhando de rir.


- Você acha graça? Eu quase morri.
- Desculpa, cara mas foi muito engraçado. kkkkkkk
Ele não se continha, ria de chorar. Fala sério, que cara mais doido. Eu queria arrancar o couro do Francis, mas mesmo doido era meu único amigo e companhia que eu tinha ali. Teria que deixar o couro dele no lugar. Só o meu mesmo é que estava mais pra lá do que pra cá.


- Armadilha do capiroto, quase me eletrocutou.
- Essa foi pra você ficar ligado, Romualdo.
- Você não vai mesmo parar, né? Ainda bem que já estamos na reta final.
- Verdade, kkkk. Vamos lá, a estátua está logo ali dentro. Lembre, vá até ela implore pela sua cura e depois sente-se a sua frente e medite. Não pense em mais nada, só em se curar da maldição.
- Ela não faz outras coisas, tipo dar sorte.
- O que você quer ganhar na loteria? Ela limpa você da maldição e salva sua vida, acho que já está de bom tamanho.
- É claro, eu só estava sondando, perguntar não custa nada.
- Agora vai lá, eu fico aqui fora lhe esperando.
- Valeu.
- Boa sorte.