Capítulo 17 - A Volta pra Casa e o Estranho Visitante



Eu voltava pra casa satisfeito da vida, cansado e ainda com roupa de explorador, mas satisfeito. Quando avistei algo brilhando sobre a minha casa e estranhas luzes no céu.
Já fui meio cabreiro, o motorista do taxi parou e me despachou rápido, mal deu tempo de pagar. Sai e fui para a calçada, olhei em volta e me deparo com um estranho ser indo em direção a porta da minha casa.
Parecia Voldemort! Agora sim fiquei com medo. E o mais absurdo, se é que podia piorar, ele andava apoiado em uma bengala. Seria uma varinha disfarçada? O que mais podia me acontecer? Era melhor nem perguntar, já tinha visto coisas estranhas demais naquela cidade durante a noite. E parece que tudo vinha parar no meu quintal.



Eu não sabia se deveria me aproximar ou não. Então fiquei observando sem sair do lugar.
O Voldemort, quer dizer aquele ser estranho a minha porta. Eu fiquei quieto olhando, mas ele percebeu minha presença. Virou-se pra mim e de repente, bem na minha frente ele mudou de aparência. Pareceu bem mais jovem e a bengala sumiu. Como assim?
Fez um sinal para eu me aproximar. Eu me senti impulsionado a ir até ele.
Cheguei perto do ser.
- Olá, eu vim em paz. - disse ele com uma voz que parecia saída de um rádio antigo.
- Veio de onde?
- De um planeta distante. Quero apenas conhecer um pouco mais sobre os humanos se você me permite.
-Tudo bem.
Eu pensei que ele queria conversar, mas puxou um aparelho estranho sabe-se lá de onde e começou a me examinar.



Depois guardou o estranho aparelho e disse que não me faria nenhum mal, era só para me sondar e conhecer melhor. Mas eu fiquei bem bolado.
Depois se afastou um pouco e me fitou enviando estranhas ondas mentais e eu fiquei por instantes paralisado. Esse cara já estava me irritando.


Andou pelo quintal analisando tudo com outra maquininha. Queria saber onde ele guardava tudo aquilo, bengala, dois aparelhos e sabe-se mais o que. Não, não eu não queria não, melhor nem saber.
Depois de analisar até a casinha do Oto ele veio falar comigo.

- Por que aquela casa é tão pequena?
- É do meu cachorro, mas ele não está aqui.
- Que pena, gostaria muito de analisa-lo, quem sabe uma outra vez.
- Vixi.
- Terráqueo, obrigado por me receber.
- Eu recebi você obrigado mesmo.
- Eu tenho um pequeno presente pra você.
  Então ele me entregou uma pedra redonda, brilhante e multicolorida. Era linda.


- Muito obrigado. Desculpe, mas o que é isso?
- Uma pedra rara aqui no seu mundo, mas no meu é muito comum. Aqui vocês a chamam de joia arco-íris.
- Valeu. É muito linda.
- Adeus.
- Adeus, respondi aliviado.

Ele entrou na nave e desapareceu.


Caramba, como eu estava cansado. E tinha que acordar cedo para ir pegar o Oto, entregar a caderneta e receber meu pagamento.

Eu precisava muito tomar um banho, parecia que tinha trazido toda a areia do Egito junto comigo. Mesmo tendo tomado banho antes de sair de lá. Mas era só cansaço misturado com euforia. Que aventura louca, mas não tinha deixado de ser incrível e divertida. Eu quase morri, mas foi divertido. Não a parte em quase morrer, é claro.

Bem, longa noite. Boa noite pra mim.